sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Reino Unido aprova regulação da mídia: Jornais não conseguem barrar medida em resposta a escândalo sobre escutas


Reino Unido aprova regulação da mídia

Jornais não conseguem barrar medida em resposta a escândalo sobre escutas

POR O GLOBO / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
30/10/2013 22:10 / ATUALIZADO 30/10/2013 22:32

LONDRES - Depois de países como Equador e Venezuela lançarem este ano medidas de controle da imprensa, foi a vez de o Reino Unido unir-se à polêmica. Dois dias após o premier David Cameron ameaçar censurar o “Guardian” pela publicação de documentos sigilosos sobre a espionagem no país, a rainha Elizabeth II sancionou nesta quarta-feira um sistema de regulação da mídia, que foi amplamente criticado por jornalistas locais. A iniciativa, apoiada pelos três principais partidos políticos britânicos, vem na esteira do escândalo de escutas telefônicas por jornalistas, e depois de os meios de comunicação verem seus esforços contra o controle rejeitados na Justiça.


A novidade deve sujeitar revistas e jornais britânicos a um órgão de fiscalização do governo com a função de coibir os abusos descobertos com o escândalo dos grampos - que revelou que repórteres do jornal “News of the World”, do magnata Rupert Murdoch, e de outros meios de comunicação, tiveram acesso ilegal a ligações telefônicas de celebridades, políticos e vítimas de crimes. Também torna mais fácil para as pessoas que se sintam atacadas pela imprensa terem suas queixas ouvidas, além de permitir ao órgão federal cobrar multas aos meios de comunicação.

(A medida) vai proteger a liberdade de imprensa ao oferecer reparação quando erros forem cometidos”, defendeu o Ministério da Cultura, em comunicado.

Jornalistas locais argumentam que o órgão federal poderia ser usado por políticos para punir publicações das quais não gostam. Eles também reclamam que propostas sugeridas por eles foram ignoradas.

Ex-editores supervisionariam grampo

A guerra, porém, ainda não acabou. Várias publicações já ameaçaram boicotar o novo órgão. Outras consideram levar o tema ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Os meios de comunicação não são obrigados a se inscrever no novo marco regulatório, mas não está claro, até agora, como o impasse será resolvido.

- As chances de nos unirmos à interferência estatal é nula - disse Tony Gallagher, editor do jornal “Daily Telegraph”.

Já o grupo “Hacked Off”, que reúne pessoas que se sentiram atacadas pela mídia, elogiou a medida. “A imprensa deveria aproveitar para mostrar que não teme ser submetida a padrões éticos decentes, e que tem orgulho de agir com responsabilidade com as pessoas para quem e sobre quem escrevem”, disse num comunicado.


No mesmo dia, dois jornalistas foram acusados em Londres de supervisionar grampos telefônicos. Segundo a promotoria, Rebekah Brooks, ex-braço direito de Murdoch, e Andy Coulson, ex-chefe de imprensa do premier britânico, teriam supervisionado um sistema de escutas e de pagamentos ilegais a funcionários públicos quando eram chefes do “News of the World”. Ambos negam as acusações.

Ainda ontem, outros três jornalistas do extinto tabloide declararam-se culpados das denúncias relacionadas às escutas, nas primeiras confissões desde o início da investigação, em 2011.

Reproduzido de O Globo

31 out 2014


Leia também matérias sobre Rupert Murdoch relacionadas ao tema, clicando aqui.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Renato Brandão: Aécio teria vencido a eleição de 2014 se não houvesse internet


Aécio teria vencido a eleição de 2014 se não houvesse internet

Cientista político diz que a mesma operação utilizada em 2014 para que Aécio vencesse a eleição foi realizada, com sucesso, em 1989 a favor de Collor. A diferença é que hoje existe a internet e as informações são constantemente confrontadas

Renato Brandão, RBA

Carro-chefe da editora Abril, a revista Veja lançada na última sexta-feira (24) divulgou como matéria de capa uma acusação de que a presidenta reeleita Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT, tinham conhecimento de um esquema de corrupção na Petrobras. Sem apresentar qualquer prova, o conteúdo da reportagem era baseado em suposto depoimento do doleiro Alberto Youssef à Polícia Federal, que foi desmentido por seu advogado logo após a publicação.

Considerada a última “bala de prata” da oposição para tentar impedir uma nova vitória petista sobre os tucanos, a reportagem foi contestada duramente pela presidenta durante seu último programa eleitoral na TV na mesma sexta-feira. Ainda naquele dia, a Justiça considerou a publicidade da revista como “propaganda eleitoral” e também concedeu direito de resposta ao PT no site da revista.

Ainda assim, o estrago já estava feito. A campanha e simpatizantes do PSDB distribuíram panfletos com a capa impressa da revista da Abril em várias cidades do Brasil. Já na madrugada de sábado (25) para domingo (26), circulavam boatos de que Alberto Youssef havia sido envenenado, algo que teve de ser desmentido com rapidez pela Polícia Federal.

“Essa operação da Veja mostra que ela não é um órgão de comunicação, o que ela mostrou claramente é que ela é uma sala do comitê político do PSDB no Brasil. A revista operou de maneira a desinformar. Ela desinformou”, disse o sociólogo Sérgio Amadeu, doutor em Ciência Política pela USP. Comparando o caso à ação midiática que ajudou a decidir o pleito presidencial de 1989, com a eleição de Fernando Collor de Mello, Amadeu acredita que o plano da editora Abril só não se concretizou nas urnas pela existência da internet. “Existe hoje a internet, que não tinha naquela época. Então, se não houvesse a internet, certamente o candidato Aécio Neves tinha ganho a eleição.”

Para o cientista político, as redes sociais apontaram um acirramento muito grande e deixaram claro que “a linha política e o conteúdo discursivo das forças comandadas pelo PSDB” é baseada na “estratégia do cinismo”. Amadeu também defendeu uma reforma política para se alcançar uma legislação mais democrática dos meios de comunicação. Entrevista completa abaixo:

Qual foi a influência da capa da revista Veja às vésperas do segundo turno presidencial entre Dilma e Aécio?

A capa da Veja foi feita justamente para influenciar o resultado eleitoral. Ela normalmente está nas bancas no sábado, mas saiu na sexta-feira. E era uma capa para, inclusive, ser impressa, tanto é que a campanha do candidato Aécio Neves (PSDB) imprimiu essa capa justamente para manter aquele clima que eles criaram no Brasil de demonização do outro. O grupo Abril, em particular a revista Veja, já há muito tempo é organização que defende interesses econômicos a partir da gestão da política. Não há como dizer agora o quanto impactou, mas eles influíram claramente na votação de domingo, porque o Aécio conseguiu, a partir desse tipo de ação, crescer e encostar na candidata Dilma Rousseff no segundo turno das eleições.

Como o sr. avalia o papel da internet nessas eleições?

Uma coisa que chama atenção nesse processo é que essa operação já tinha sido feito nas eleições de 1989, com sucesso, mas não teve desta vez. E por quê? Porque desta vez – além das pessoas já conhecerem a manobra de grupos de comunicação misturadas à elite política econômica no caso da vitória do Collor – também existe hoje a internet, que não tinha naquela época. Então, se não houvesse a internet, certamente, o candidato Aécio Neves tinha ganho a eleição, porque era o candidato preferido pelos grupos econômicos, pelos banqueiros, pelo mercado de capitais. Inclusive oscilava a Bolsa e, se você for ver, é muito curioso, quando as pesquisas davam a Dilma crescendo, a Bolsa caía, o que mostra o humor desses especuladores financeiros. A internet foi decisiva para a garantia de um debate que não existiria se fossem apenas os meios de comunicação de massa atuando nessas eleições. Isso é bastante nítido no processo eleitoral que ocorreu em 2014.

E as redes sociais?

As redes sociais, em particular, tiveram um papel grande e mostraram, na verdade, um acirramento muito grande. Deixou claro, e é importante que tudo fica registrado, qual é a linha política e o conteúdo discursivo das forças comandadas pelo PSDB, que é baseada em preconceito, em mentira e numa estratégia que podemos chamar de “estratégia do cinismo”. Eles chegam a afirmar que nenhum corrupto ligado ao PSDB está preso ou foi julgado por incompetência do PT, o que é uma coisa completamente cínica. Esse tipo de ação, as pessoas não têm clareza de como vão lidar com isso. Agora, minha opinião é bastante clara: é preciso mostrar concretamente o que é o PSDB do ponto de vista da corrupção. É inaceitável que a bandeira da corrupção seja tomada por forças da corrupção. É inaceitável.

Não tenho nenhuma dúvida do aparelhamento que (governador de São Paulo) Geraldo Alckmin faz na Sabesp. Isso ficou nítido nas gravações mostrando que eles são capazes de ganhar a eleição, inclusive se for para deixar uma cidade em situação de calamidade. Nós temos que mostrar que eles são uma junção de descompromisso com a democracia, de má gestão de recursos públicos e de corrupção em larga escala, como foi feito em São Paulo. Réus confessos entregaram as provas e o Ministério Público não faz nada. Então, temos que ir para cima disso.

Temos que ir para cima do crime eleitoral cometido pela revista Veja, temos que exigir o julgamento do mensalão mineiro antes que ele prescreva e temos que mostrar toda a ligação que o PSDB tem com crime, com práticas absurdas. Não podemos aceitar. E não vai ser falando “pessoal, o clima de ódio é ruim”. Não. O clima de ódio só vai ser reduzido com argumentos verdadeiros e racionais. Não é pedindo paz e amor, não, mas colocando claramente para as pessoas, insistentemente, as falácias do discurso que eles reproduzem para o Brasil. A gente tem que ser muito claro com isso, porque disso depende a democracia, né?

O sr. acredita que o novo governo possa mudar artigos que dizem respeito à comunicação?

Eu acho que um dos principais pontos da reforma política para o Brasil é a reforma da comunicação. Essa operação da Veja mostra que ela não é um órgão de comunicação, o que ela mostrou claramente é que é uma sala do comitê político do PSDB no Brasil. A revista operou de maneira a desinformar. Ela desinformou. Ela já havia feito isso se ligando a um criminoso chamado Carlos Cachoeira e não aconteceu nada. O cara continua lá na sucursal de Brasília, não foi preso, não foi condenado. Nós precisamos mexer nessas estruturas de concentração econômica de poder, fazer uma reforma da comunicação, uma lei de meios, como a da Argentina. E nós precisamos também de uma reforma política que retire o poder do capital, que retire o financiamento privado de campanha, mas que permita também à gente avançar em questões cruciais da sociedade brasileira. Com uma Constituinte que não possa ser com estes deputados, que tenha que ser exclusiva. O deputado que quiser fazer essa Constituinte só poderá se candidatar para isso, para discutir as ideias e o futuro do país, e não para vir com esquemas que a gente sabe que eles articulam, de grandes corporações, de forças que bancam campanhas milionárias. Precisamos de uma reforma política com uma Constituinte exclusiva e, nesse contexto, uma reforma das comunicações.

Por que os partidos têm tido certa dificuldade em atingir os jovens na internet?

A internet não é contraposta aos partidos, mas é que a velocidade das comunicações e as relações intensas que existem na internet geram muitas dificuldades para os partidos, principalmente para legendas partidárias que são estruturas mais orgânicas. Por exemplo, o PSDB adotou e atuou como estratégia na internet, e não é de agora, de desconstruir seus opositores, no caso o governo federal e o PT.

E os tucanos fazem isso destilando preconceitos e coisas absurdas. Se for ver o que dizem dos nordestinos, dos gays e das opções políticas das pessoas, beira ao fascismo. Agora temos que ver o que os partidos que são propostas democráticas e de esquerda podem refazer utilizando a internet, mas é muito difícil fazer política só pelas estruturas partidárias. Hoje, está muito claro que não é só o partido o elemento que faz política. Há outras formas de se fazer política, inclusive com conexões, grupos e coletivos de ativistas na internet.

Reproduzido de Pragmatismo Político

29 out 2014

sábado, 25 de outubro de 2014

Revista Veja - Uma farsa óbvia e mal ensaiada


Uma farsa óbvia e mal ensaiada

Paulo Moreira Leite
24 de outubro de 2014

Golpe midiático do doleiro Yousseff, que admite que não pode provar o que diz, dará mais argumentos à regulamentação da mídia

Numa tradição que confirma a hipocrisia das conversas de palanque sobre alternância de poder, os escândalos eleitorais costumam ocorrer no país sempre que uma candidatura identificada com os interesses da maioria dos brasileiros ameaça ganhar uma eleição.

Não tivemos “balas de prata” — nome que procura dar ares românticos a manobras que são apenas sujas e vergonhosas — para impedir as duas eleições de Fernando Henrique Cardoso nem a vitória de Fernando Collor. Mas tivemos tentativas de golpes midiáticos na denúncia de uma ex-namorada de Lula em 1989; no terror financeiro contra Lula em 2002; na divulgação ilegal de imagens de reais e dólares clandestinos dos aloprados; e numa denúncia na véspera da votação, em 2010, para tentar comprometer Dilma Rousseff com dossiês sobre adversários do governo.

Em outubro de 2014, quando a candidatura de Dilma Rousseff avança em direção às urnas com uma vantagem acima da margem de erro nas pesquisas de intenção de voto, VEJA chega às bancas com uma acusação de última hora contra a presidente e contra Lula. Comentando o teor da reportagem, Lula declarou ao 247:

— A VEJA é a maior fábrica de mentiras do mundo. Assim como a Disney produz diversão para as crianças, a VEJA produz mentiras. Os brinquedos da Disney querem produzir sonhos. As mentiras da VEJA querem produzir ódio, disse ao 247.

O mais novo vazamento de trechos dos múltiplos depoimentos do doleiro Alberto Yousseff  expressa uma  tradição vergonhosa pela finalidade política, antidemocrática pela substância.  Não, meus amigos. Não se quer informar a população a partir de dados confiáveis. Também não se quer contribuir com um único grama para se avançar no esclarecimento de qualquer fato comprometedor na Petrobrás. Sequer o advogado de Yousseff reconhece os termos do depoimento. Tampouco atesta sua veracidade sobre a afirmação de que Lula e Dilma sabiam das “tenebrosas transações” que ocorriam na empresa, o que está dito na capa da revista.

Para você ter uma ideia do nível da barbaridade, basta saber que, logo no início,  admite-se que só muito mais tarde, através de uma investigação completa, que ninguém sabe quando irá ocorrer, se irá ocorrer, nem quando irá terminar,  “se poderá ter certeza jurídica de que as pessoas acusadas são culpadas.”

Não é só. Também se admite que Yousseff “não apresentou provas do que disse.”

Precisa mais? Tem mais.

Não se ouviu o outro lado com a atenção devida, nem se considerou os argumentos contrários com o cuidado indispensável numa investigação isenta.

O que se quer é corromper a eleição, através de um escândalo sob encomenda, uma farsa óbvia e mal ensaiada. Insinua o que não pode dizer, fala o que não pode demonstrar, afirma o que não conferiu nem pode comprovar.

Só o mais descarado interesse pelos serviços políticos-eleitorais que poderia prestar na campanha presidencial permitiu a recuperação de um personagem como Alberto Yousseff. Recapitulando: há uma década ele traiu um acordo de delação premiada numa investigação sobre crimes financeiros, e jamais poderia ter sido levado a sério em qualquer repartição policial, muito menos numa redação de jornalistas, antes que cada uma de suas frases, cada parágrafo, cada palavra, fosse submetida a um trabalho demorado de investigação. Até lá, deveria ser colocada sob suspeita. Mas não. Um depoimento feito há 48 horas, contestado pelo advogado, por um cidadão que não é conhecido por falar a verdade, virou capa de revista. Que piada.

Isso ocorre porque vivemos num país onde, 30 anos depois do fim da ditadura militar, os inimigos do povo conquistaram direito a impunidade. Esse é o dado real.

Sabemos, por exemplo, que se houvesse interesse real para investigar e punir os casos de corrupção seria possível começar pelo mensalão do PSDB-MG, pelo propinoduto do metrô paulista, pela compra de votos da reeleição.

As vítimas daquilo que se pode chamar de erros da imprensa, mesmo quando se trata de fabricações, não merecem sequer direito de resposta — no caso mais recente, o ministro Gilmar Mendes segurou uma sentença contra a mesma VEJA com base numa decisão liminar. Olha só.

Num país onde as instituições são respeitadas e os funcionários públicos cumprem deveres e obrigações, a Polícia Federal não poderia deixar-se usar politicamente dessa maneira, num comportamento que compromete os direitos de cada cidadão e ordem republicana.

Diante da incapacidade absoluta de enfrentar um debate político real, com propostas e projetos para o país, o que se pretende é usar uma investigação policial para ganhar pelo tapetão aquilo que não se consegue alcançar pelas urnas — o único caminho honesto para a defesa de interesses num regime democrático. Num país onde a alternância no poder nunca passou do revezamento entre legendas cosméticas, em 2014 os conservadores brasileiros são obrigados a encarar o horizonte de sua quarta derrota eleitoral consecutiva, a mais dolorosa entre todas. Depois de falar de alternância no poder, talvez fosse o caso de falar em alternância de métodos, não é mesmo?

Imaginando que estavam diante de uma campanha próxima de um passeio, com uma adversária enfraquecida e sem maiores talentos oratórias, salvaram-se, por um triz, do vexame de ficar de fora do segundo turno.

A verdade é que não há salvação, numa democracia, fora do voto. Toda vez que se procura interferir na vontade do eleitor através de atalhos, o que se produz são situações de anormalidade democrática, onde o prejudicado é o cidadão.

Essas distorções oportunistas cobram um preço alto para a soberania popular. Não há almoço grátis — também na política.

O exercício de superpoderes políticos tem levado a Polícia Federal a se mobilizar para se transformar numa força autônoma, que escolhe seu diretor-geral que não presta contas a ninguém a não a ser a seus próprios quadros.

O melhor exemplo de uma organização capaz de funcionar dessa maneira foi o FBI norte-americano, nos tempos de John Edgar Hoover. Instalado durante longos 49 anos no comando da organização, Hoover colecionava dossiês, fazia chantagens e perseguições a políticos à direita e à esquerda. Agia por conta própria e também atendia pedidos que tinha interesse em atender — mas recusava aqueles que não lhe convinham. Era o chefe de uma pequena ditadura policial. Lembra de quem usava essa palavra?

Da mesma forma, os golpes midiáticos só podem ocorrer em países onde os meios de comunicação têm direito a atirar primeiro para perguntar depois, atingindo cidadãos e autoridades que não tem sequer o clássico direito de resposta para recompor as migalhas de uma reputação destruída pela invencionice e falta de escrúpulos. Não custa lembrar. Graças a um pedido de vistas providencial do ministro do STF Gilmar Mendes, VEJA deixou de cumprir um direito de resposta em função da publicação de “fato sabidamente inverídico.”

A imprensa erra e fabrica erros sem risco algum, o que só estimula uma postura arrogância e desprezo pelos direitos do eleitor. Imagine você que hoje, quando a própria revista admite que publicou uma denúncia que não pode provar, é possível encontrar colunistas que já falam em impeachment de Dilma.  Está na cara que eles já perderam a esperança de eleger Aécio.

Mas cabe respeitar o funcionamento da Justiça, o prazo de investigações e tudo mais. Ou vamos assumir desde já que o golpe midiático é golpe mesmo?

Com esse comportamento, a mídia brasileira prepara o caminho de sua destruição na forma que existe hoje.  Como se não bastassem os números vergonhosos do Manchetômetro, que demonstram uma postura parcial e tendenciosa, o golpe da semana só fará aumentar o número de cidadãos e de instituições convencidos de que a sobrevivência da democracia brasileira depende, entre outras coisas, que se cumpra a legislação que regula o funcionamento da mídia. Está claro que este será um debate urgente a partir de 2015.

Reproduzido de Paulo Moreira Leite
24 out 2014



Comentário de Filosomídia:

Com certeza que Dilma deveria criar um programa super especializado dentro do Mais Médicos: Mais Psiquiatras! Essa turma - da #VejaBandida, Rede Globo, PSDB e companhia - merece atendimento prioritário! Taca-le camisa de força neles!


Fonte: Estadão

Telejornalismo Infantil: A televisão brasileira conta com poucas produções jornalísticas voltadas ao público infantojuvenil


Telejornalismo Infantil

A televisão brasileira conta com poucas produções jornalísticas voltadas ao público infantojuvenil

Muita gente ainda se lembra do antigo Globinho, criado e apresentado na Rede Globo por Paula Saldanha – a mais importante experiência já feita em televisão aberta no país. O Ver TV debate esse vazio histórico e experiências internacionais bem sucedidas.

Participam do programa o pedagogo e publicitário Leopoldo Nogueira e Silva, doutorando em educação e infância pela Universidade Federal de Santa Catarina. Para ele, “é muito importante que um telejornal para crianças falasse coisas que interessassem às crianças, do universo infantil, das suas brincadeiras e dos seus interesses como um todo”, defende.

Já a psicóloga especialista em psicanálise infantil Ana Olmos critica a postura das redes de televisão, que normalmente não experimentam novos formatos, terminando por fazer sempre mais do mesmo.

O Ver TV recebe Maurício Valim, diretor do Cartãozinho Verde, programa esportivo da TV Culturapara o público infantil. Ele aponta que o modelo de financiamento das televisões, marcado pela venda de espaços publicitários, pode ser o causador da falta de experimentação e programas para o público infantil.

O programa ouve Paula Saldanha, criadora do programa Globinho, da TV Globo, e Maria Inês Delorme, professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), autora do livro Domingo é dia de felicidade: as crianças e as notícias.

Reproduzido de Ver TV
24 out 2014

Conheça também a dissertação "Telejornais e crianças no Brasil: a ponta do iceberg" (UFSC, 2011), de Leopoldo Nogueira e Silva, clicando aqui.

Assista outros episódios do Ver TV (2010) sobre o tema, clicando aqui.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Pronunciamento da Presidenta Dilma no programa eleitoral de 24/10/14 contra o terrorismo midiático


Pronunciamento da Presidenta Dilma no programa eleitoral de 24/10/14

Meus amigos e minhas amigas, eu gostaria de encerrar minha campanha na TV de outra forma, mas não posso me calar frente a esse ato de terrorismo eleitoral articulado pela revista Veja e seus parceiros ocultos. Uma atitude que envergonha a imprensa e agride a nossa tradição democrática. Sem apresentar nenhuma prova concreta e mais uma vez baseando-se em supostas declarações de pessoas do submundo do crime, a revista tenta envolver a mim e ao presidente Lula nos episódios da Petrobras que estão sob investigação da justiça.

Todos os eleitores sabem da campanha sistemática que a revista move há anos contra Lula e contra mim, mas dessa vez a Veja excedeu todos os limites. Desde que começaram as investigações sobre ações criminosas do Senhor Paulo Roberto Costa eu tenho dado total respaldo a Policia Federal e ao Ministério Público até a sua edição de hoje, às vésperas das eleições que em todas as pesquisas, apontam a minha nítida vantagem sobre meu adversário a maledicência da Veja tentava insinuar que eu poderia ter sido omissa na apuração dos fatos.

Isso já era um absurdo, isso já era uma tremenda injustiça, hoje a revista excedeu todos os limites da decência e da falta de ética pois insinua que eu teria conhecimento prévio dos maus feitos na Petrobras e que o presidente Lula seria um de seus articuladores. A revista comete esta barbaridade, esta infâmia contra mim e contra o presidente Lula sem apresentar a mínima prova.

Isso é um absurdo, isso é um crime, é mais do que clara a intenção malévola da Veja de interferir de forma desonesta e desleal nos resultados das eleições. A começar pela antecipação da edição semanal para hoje sexta-feira, quando normalmente chega às para as bancas no domingo, mas como das outras vezes e nas outras eleições Veja vai fracassar no seu intento criminoso, a única diferença é que dessa vez ela não ficará impune. A justiça livre desse país seguramente vai condená-la por esse crime. Ela e seus cúmplices tão pouco conseguirão sucesso no seu intento criminoso.

O povo brasileiro tem maturidade suficiente para discernir entre a mentira e a verdade. O povo brasileiro sabe que não compactuo e nunca compactuei com a corrupção. A minha história mostra isso. Farei o necessário doa a quem doer, de investigar e de punir quem mexe com o patrimônio do povo.

Sou uma defensora intransigente da liberdade de imprensa, mas a consciência livre da nação não pode aceitar que mais uma vez se divulgue falsas denúncias no meio de um processo eleitoral em que o que está em jogo é o futuro do Brasil. Os brasileiros darão sua resposta à Veja e seus cúmplices nas urnas e eu darei minha resposta na justiça.

Dilma Presidenta

Pronunciamento da Presidenta Dilma em trecho de seu programa eleitoral
Transcrição via Conversa Afiada
24 out 2014

sábado, 18 de outubro de 2014

#EuSou13


#EuSou13

Eu sou o negro, pardo, pobre, tingindo de pluralidade as brancas classes do Ensino Superior.

Eu sou a esperança clara da Reforma Política.

Eu sou a primeira conversa, do primeiro contato, do Invisível Social com um médico.

Eu sou a comida na boca de um povo que, pela primeira vez na história, saiu da linha da fome, mas não saiu nos jornais.

Eu sou a assinatura na carteira de trabalho da empregada doméstica e dos milhões de novos trabalhadores formais.

Eu sou a mãe que recebe auxílio para alimentar o filho e garantir o mínimo de cidadania e humanidade.

Eu sou a inflação controlada e a economia firme durante um terremoto econômico mundial.

Eu sou a desigualdade atingindo os menores índices da história do Brasil.

Eu sou os cofres públicos revigorados depois de uma desenfreada e desastrosa abertura para o capital estrangeiro.

Eu sou a memória olhando de frente para o passado.

Eu sou a Justiça com poder e autonomia para punir e investigar qualquer corrupção, independente da origem.

Eu sou o real como moeda forte e em proporção realista com o euro e o dólar.

Eu sou a inclusão de uma nova classe média que frequenta shoppings, compra carros, e exerce pela primeira vez o poder de escolha.

Eu sou o salário mínimo em nível recorde, garantindo a dignidade do trabalhador.

Eu sou o sono da primeira criança da família a dormir num quarto de verdade.

Eu sou o churrasco de domingo com os vizinhos, que agora também puderam financiar a sua casa e ter um lar.

Eu sou a viagem ao exterior do pesquisador sem fronteiras.

Eu sou o primeiro diploma da minha família, que nunca antes sequer tinha pisado numa universidade.

Eu sou o pré-sal e a perspectiva de um futuro ainda melhor para o nosso país.

Eu sou a cultura recebendo investimentos em toda a cadeia produtiva e sendo vista como bem simbólico e não só material.

Eu sou as estatais fortes, garantindo emprego e crescimento para o país.

Eu sou o jovem que pode optar por uma ampla oferta de formação técnica.

Eu sou o Estado presente e solidário.

Eu sou a travesti, funcionária pública, que pela primeira vez recebe o seu ordenado sob seu nome social.

Eu sou o pai e a mãe de família que puderam ter uma casa, através do maior programa habitacional do país.

Eu sou 13 por essas e por muitas outras razões.

Eu sou o meu voto.
O meu voto não é só pra mim.
O meu voto é para o Outro.
O meu voto é para Todos.

#EuSou13

Este vídeo foi realizado de forma independente por artistas por artistas do Rio Grande do Sul.

Via Muda Mais

18 out 2014

Confira o vídeo que artistas, produtores e cineastas produziram, de forma independente, no Rio Grande do Sul:

Jornalistas mineiros lançam manifesto pela reeleição de Dilma e liberdade de imprensa em Minas


Jornalistas mineiros lançam manifesto pela reeleição de Dilma e liberdade de imprensa em Minas

São conhecidas por todos os mineiros e,principalmente, pelos profissionais da imprensa de Minas(link is external), as manobras de Aécio Neves para ser blindado de notícias em desagravo ao tempo em que foi governador do estado. O tucano já tentou censurar sites de busca, como Google, Yahoo! e Bing(link is external), para que não mostrassem notícias negativas sobre ele e, mais recentemente, solicitou que o Twitter divulgasse dados de 66 perfis  que supostamente militam na rede contra ele.

Por isso, na noite no último dia 15 de outubro, cerca de 100 jornalistas se reuniram em Belo Horizonte para manifestar seu apoio à reeleição de Dilma e pela liberdade de imprensa. Na descrição do evento, chamado de “Jornalistas Com Dilma”(link is external), lê-se: “porque o primeiro compromisso de Minas é com a Liberdade”. Para ver as fotos, clique aqui

Ao final do encontro, os jornalistas produziram um manifesto, reproduzido abaixo, falando da diferença das coberturas dos principais veículos da mídia sobre a eleição e campanhas dos dois candidatos, e alertam para o perigo da eleição de Aécio e de suas “medidas antidemocráticas”, para toda a sociedade e, em especial para os profissionais da imprensa.

A presidenta Dilma já havia alertado para a blindagem que Aécio construiu para si mesmo em Minas Gerais. Na quarta-feira (15), a presidenta declarou, em coletiva de imprensa em São Paulo(link is external), que “o candidato, de fato, não está acostumado a críticas, porque, como a imprensa divulga, tinha certa blindagem quando foi governador".

Aloisio Morais, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, esteve presente no encontro em Belo Horizonte e comentou, em entrevista ao Muda Mais, o episódio do desaparecimento dos documentos do Tribunal de Contas do Estado que mostram a má gestão de Aécio em Minas, citados pela presidenta Dilma no último debate. Aloísio disse que “esse é mais um episódio que mostra como aqui (em Minas Gerais) está tudo dominado pelos tucanos. O poder Legislativo, Judiciário e Executivo. Eles conseguiram influir em tudo. Mostra o descaramento de como há um complô em favor da eleição do Aécio”, declarou.

Veja a íntegra do Manifesto dos jornalistas mineiros pela reeleição de Dilma:

Alerta ao Povo Brasileiro

Nós, jornalistas mineiros reunidos na noite de 15 de outubro de 2014, em Belo Horizonte, vimos manifestar à sociedade brasileira as nossas apreensões quanto ao grave momento vivido pelo país às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais:

1. Estarrecida, a opinião pública mineira e brasileira deparou-se nos últimos meses com uma escalada da cobertura jornalística das eleições pelos meios de comunicação em claro favorecimento de candidaturas à Presidência da República, seja por meio da manipulação de informações políticas e econômicas, seja pela concessão de espaços generosos a um candidato em detrimento dos outros. Tais fatos, públicos e notórios, são sobejamente atestados por instituições de pesquisa e monitoramento da mídia, revelando uma tentativa de corromper a opinião pública e de decidir o resultado das urnas.

2. Infelizmente, tais práticas antidemocráticas, que atentam contra os princípios constitucionais da liberdade de expressão e manifestação e do direito à informação, fizeram parte do cotidiano da comunicação em Minas Gerais, atingindo nível intolerável nos governos de Aécio Neves. A atividade jornalística e a atuação dos profissionais foram diretamente atingidas pelo conluio explícito estabelecido entre o governo e os veículos de comunicação, com pressão sobre os jornalistas e a queda brutal da qualidade das informações prestadas ao cidadão mineiro sobre as atividades do governo. Tais pressões provocaram censura e mesmo demissões de profissionais e uma permanente tensão nas redações. E quebraram as históricas vocações e compromissos de Minas com a liberdade de pensamento e de ideias, traços distintivos da formação e das tradições históricas do Estado.

3. Diante do exposto e por dever do ofício, nós, jornalistas mineiros, alertamos a sociedade brasileira sobre os riscos que tais práticas representam para a Democracia, para o Estado de Direito e para os direitos individuais e políticos dos cidadãos. Reafirmamos que a essência da atividade do jornalista é a liberdade de expressão e manifestação, assegurando o direito da sociedade à informação, livre e plena.

Belo Horizonte, 15 de outubro de 2014

Reproduzido de Muda Mais
18 out 2014

sábado, 11 de outubro de 2014

Semana Nacional de Luta pela Democratização da Mídia: 13 a 18 de outubro de 2014


Semana Nacional de Luta pela Democratização da Mídia

13 a 18 de outubro de 2014

Militantes, ativistas, entidades e movimentos sociais e sindicais ligados à democratização da comunicação preparam uma série de mobilizações para a Semana Nacional de Luta pela Democratização da Mídia, de 13 a 18 de outubro. Como no ano passado, o principal objetivo das ações é dar visibilidade ao Projeto de Lei de Iniciativa (PLIP) Popular da Mídia Democrática. O dia 17 (sexta-feira) concentrará as atividades da semana, por ser o Dia Nacional de Luta pela Democratização da Comunicação.

Além da coleta de assinaturas para dar suporte ao PLIP, haverá panfletagens, debates, atos públicos, seminários, passeatas e protestos pelo fim do coronelismo eletrônico, entre outras ações. A programação já está confirmada no Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal (confira abaixo). Outros estados devem confirmar ações no início da semana. A organização da semana é do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e seus comitês.

Contexto

O 17 de outubro como Dia Nacional de Luta pela Democratização da Comunicação é comemorado desde 2003 e está relacionado ao Media Democracy Day, ou Dia da Democracia na Mídia (numa tradução livre), que em vários países ocorre no dia 18 de outubro. Se há motivos para lutar por uma comunicação mais democrática em outros países, no Brasil não ficamos atrás. Para começar, apenas seis grupos controlam 70% da mídia nacional. Além da concentração, esses grupos operam oligopólios formados, inclusive, com a propriedade cruzada de emissoras de rádio e TV, revistas, jornais e portais noticiosos.

Essa concentração impede a pluralidade de opiniões e quase sempre empobrece a representação da diversidade política e cultural da sociedade. “Trabalhadores e movimentos sociais são hoje vozes silenciadas; mulheres, negros e a população LGBT são subrepresentados e vítimas de estereótipo”, observa Rosane Bertotti, coordenadora-geral do FNDC.

Rosane lembra que quatro dos cinco artigos da Constituição Federal sobre comunicação ainda não foram devidamente regulamentados. “Com isso, os avanços que obtivemos em 1988 ainda não vigoram. A lei de 1962 que trata de televisão e rádio, além de estar desatualizada, não estabelece garantias mínimas para pluralidade e diversidade no setor”.

O que o movimento pela democratização da mídia no Brasil reivindica não é mais novidade em muitos países, inclusive aqueles que são exemplo de nações democráticas, como Reino Unido, França e Estados Unidos. Nesses três, a regulação democrática não é impedimento à liberdade de expressão. “Ao contrário, é sua garantia. O mercado, por seus próprios meios, não garante diversidade e pluralidade. Por isso nosso PLIP da Mídia Democrática é mais do que atual, ele é necessário para que prossigamos aprofundando nossa democracia”, destaca Rosane.

Confirma a programação nacional e nos estados no site do FNDC, clicando aqui. Acompanhe pelo Facebook, clicando aqui.

Reproduzido de FNDC
10 out 2014

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

MANIFESTO DOS COMUNICADORES COM DILMA


MANIFESTO DOS COMUNICADORES COM DILMA

Os interessados em assinar o manifesto devem deixar seu nome completo, cidade e estado na caixa de comentários.

Manifesto dos #ComunicadoresComDilma

Somos um grupo de comunicadores diversos que apoia a reeleição de Dilma Rousseff para aprofundar o projeto iniciado pelo governo Lula que realiza o mais amplo processo de inclusão social da história do país. Estamos com Dilma porque enxergamos o Brasil que deixou de ser invisível.

Estamos com Dilma pelos 36 milhões de pessoas que saíram da miséria; pela superação da fome estrutural no país; pelos mais de 15 milhões que tiveram acesso à energia elétrica; pelos milhões de famílias que hoje têm acesso à água por meio das 1 milhão de cisternas e canais de integração de rios; pelos 50 milhões de brasileiros beneficiados pelo Mais Médicos; pelos 6,8 milhões de beneficiários do Minha Casa Minha Vida; pelos 42 milhões que ascenderam à classe C; pelos mais de 20 milhões de empregos gerados; pelas menores taxas de desemprego da história; pela valorização contínua do salário mínimo.

Estamos com Dilma pelos 98,3% de crianças e adolescentes entre sete e 14 anos que hoje estão na escola; 43 milhões de crianças e jovens que tem merenda escolar; pelas mais de 400 escolas técnicas; pelos 8 milhões que cursaram o Pronatec; pelos 7,2 milhões universitários; pelas 18 universidades públicas e 173 campi criados; pelas políticas de cotas; pelos mais de 100 mil que vão ao exterior estudar pelo Ciência sem Fronteiras.

Estamos com Dilma pelo papel fundamental do Brasil na construção de um mundo multipolar; fortalecendo nossa parceria com os países “de baixo” e colocando em outro patamar nossas relações com os países “de cima”.

Estamos com Dilma por essas e tantas outras políticas. Por estes e tantos outros números que resumem pessoas, trajetórias e vidas transformadas, revelam aonde nos falta avançar e as contradições a serem superadas. Realidade esta que ainda merece ser contada de maneira justa, porém, é sistematicamente sonegada pelo pessimismo militante imposto por um pequeno grupo de poderosos que aparelha concessões públicas de comunicação em nome de seu projeto elitista de poder. Dessa forma empobrecem o debate público, sufocam a diversidade de opiniões, alienam a produção intelectual de seus trabalhadores e produzem uma caricatura do Brasil, incapaz de reconhecer seus avanços e debater democraticamente suas debilidades.

Também estamos com Dilma porque rechaçamos o retorno do projeto do Estado mínimo e também a chegada do projeto que pretende terceirizar a formulação da política econômica ao capital financeiro, ambos camuflados em candidaturas que, cinicamente, enganam o povo ao dizer ser possível prosseguir com a ampliação das políticas sociais, da distribuição de renda e dos níveis de emprego e salário com suas propostas para a economia e seus ainda “misteriosos” pacotes de “ajuste fiscal” e “choque de gestão”.

Estamos com Dilma porque temos certeza de que a mudança real da política no Brasil está numa reforma estrutural, a Reforma Política, e não na mudança individual ou no discurso de qualquer candidato ou governante. E a presidenta está comprometida com um processo e com um novo sistema político que amplie a participação social, inclua a diversidade do povo brasileiro e acabe com o financiamento privado de campanha, que submete a democracia aos interesses do poder econômico. Estamos com Dilma porque queremos avançar nas políticas de comunicação, com um novo marco regulatório no setor, assegurando liberdade de expressão para todos e todas e democratização da mídia.

Estamos com Dilma porque olhamos para o passado, para o presente e para o futuro. E vemos na candidatura da presidenta Dilma o projeto com mais força para seguir aprofundando a democracia e a inclusão social no Brasil.


Os interessados em assinar o manifesto devem deixar seu nome completo, cidade e estado na caixa de comentários.

Reproduzido de Comunicadores com Dilma

22 set 2014

Chega dessa imprensa golpista e seu terrorismo midiático! ‪#‎JaEstouDeSacoCheio‬



Chega dessa imprensa golpista e seu terrorismo midiático!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O Polvo contra o povo: quem vencerá a guerra nessa "festa democrática" pela presidência do Brasil?


O Polvo contra o povo: quem vencerá a guerra nessa "festa democrática" pela presidência do Brasil?

Depois de 3 anos estudando telejornais (do PIG) me vi tão intoxicado pelo discurso e ideologia que, hoje, raramente assisto, sob o risco de desenvolver demência midiática. Nesses dias de campanha arrisquei e fiquei pasmo, chocado, de como estão levando em uníssono a mensagem direitosa representada pelo Aécio Never como verdade absoluta.

Compreendendo que 95% da população literalmente bebe e come dali a dieta informacional - agora dieta eleitoral - arrisco afirmar que o PT deixou de lado a regulação dos meios de comunicação durante 3 mandatos e, agora vai comer nas beiradas desse prato insosso e fazer muito esforço para vencer o ódio e o medo disseminado.

Marketeiros pertencem a uma "classe" de gente que se vende para quem estiver pagando mais. Não têm pudor nenhum em servir a Deus ou ao Diabo, dependendo do preço.

Nos debates ou nos comícios a que tive acesso vi duas Dilmas diferentes uma da outra, obviamente sob orientação das excelentíssimas eminências marketeiras. Mas, quem é a Dilma, e quem é o PT nas eleições ou nos mandatos?

Se os marketeiros e alto escalão do PT não falarem alto às aspirações mais profundas do povo trabalhador (os 95% da população, juntando aí os filhos, jovens, tios e avós do povo), mais alto do que as "verdades" telejornalísticas, Aécio chegará lá para alegria do maior partido do país - o PIG - Partido da Imprensa Golpista, que tem nas bancadas os interesses da elite manipulando 200 milhões da população e tantos por cento dos eleitores.

Agora, a Dilma vai, ou esses sonhos e aspirações do povo e o PT racham o pires do leite derramado nessa guerra eleitoral.

Creio eu que o governo do PT não soube aproveitar as chances de fazer uma TV ou meios de comunicação mais populares nesses 12 anos de presidência através dos canais disponíveis como a TV Brasil, TV Escola por exemplo. Que dizer da programação apenas desses dois canais, que não informa, não é crítica e sequer educativa? Horas e horas de cerimônias oficiais (sem comentaristas), entrevistas nem doces nem salgadas como monólogos professorais, e um telejornalzinho merreca nos mesmos moldes das grandes corporações...

E, o partido e "campanha" parecem ter confiado demais num contato com o povo apenas pelas redes sociais da Internet, e a militância postando e comentando isso ou aquilo na guerra do politicamente correto. Ora, essas redes são empresas da elite mundial e, lembremos que o próprio Aécio e seus correligionários tentaram por todos os meios controlar a Internet pelo AI-5 Digital. Perderam um pouco, mas sempre tiveram em mãos os canais de TV.

O partido não mexeu na regulação dos meios de comunicação desde 2002 por causa da base aliada proprietária de empresas, dentre outros fatores. E o ministro Bernardo das Comunicações, a quem ele serviu? Na CONFECOM e FRENTECOM tivemos membros de vários partidos interessados na democratização dos meios de comunicação, que hoje apoiam a abstenção, o voto nulo ou branco, dando dicas de preferência a Aécio, com Marina.

Na “polititica” se canta “parabéns” e se assopram velas quando há presentes e vantagens a ganhar, ao contrário daquilo que alegremente fazemos ao aniversariante. Eleições presidenciais são um exemplo perfeito desse “Feliz Aniversário” às avessas, com “representantes” da vontade política do povo tratando votos do rebanho do curral eleitoral como se fossem mercadorias valiosas, presentes supremos para a mandança nos destinos do país na “festinha” democrática. O povo invariavelmente sempre perde, e não come nem bebe dos regalos e quitutes da mesa farta e do bolo esfatiado entre os amiguinhos e colegas do peito.

O que dizer da base aliada PMDB bandeando para o lado do PSDB no segundo turno, sob o olhar constrangido do Vice-Presidente engasgado, ou Sarney desaparecido do cenário atual?

Os blogueiros (sujos) lutam "sozinhos" sob as vistas do Planalto e, nós, pobre mortais da militância, jamais saberemos as razões disso ou daquilo como forma de enfrentamento das mídias hegemônicas do PIG.

Aécio fala hoje nos telejornais como se fosse o porta-voz dessa elite, vomitando afirmações peremptórias naquele estilo que William Waack,  Merval Pereira e outros da Gloebbels News sabem tão bem se manifestar. A única que se rebola em alguns momentos de contradição, que chegam a ser hilários, é a urubóloga Miriam Leitão. Ali Kamel e amigos da Veja, Época, Estadão, Folha etc. seguem formando a opinião do povo brasileiro manipulado.

No resto do "mundo democrático" fazem a mesma coisa, porque a oligarquia controladora do monopólio midiático faz a letra e canta no mesmo tom para as gentes dançarem conforme sua música que há centenas de anos nos juntamos em coro e em grupos, seja ao redor da bíblia de Gutenberg, livros, jornais, rádio, TV, Internet, celulares, tablets. O “polvo” selvagem do ideal capitalista controla e seduz pelo mundo do consumo  através de métodos que sofisticou ao longo de séculos de controle ideológico, seja na indústria da informação, do entretenimento e do infotenimento.

Na programação eleitoral televisiva que começará nessa quinta-feira (09/10/14) serão dois economistas brandindo dedos e argumentos, um de cada lado do púlpito das mídias com 10 minutos "quase" iguais. Mas, se considerarmos que Aécio tem o restante das 24 horas do dia sob suas mãos, com os telejornais lhes servindo de veículo para as ideias da elite cheirosa... podemos crer que é ele quem terá vantagens, porque tem a postura de apresentador de telejornal, inquestionável, dono da verdade. Seria a mesma coisa caso Marina tivesse passado para o segundo turno, pois a elite e direita midiática estariam na cola, soprando a ela o que deveria falar.

No entanto, eu mesmo sempre desconfiando de economistas que colocam as razões econômicas nas bases da opressão ou libertação das consciências, afirmo que nessa guerra política, eleitoral, concepção e de vida nesse mundo outros fatores devem ser considerados na postura que Dilma assumirá na campanha do segundo turno.

Nos debates ao vivo entre os dois, o que ouviremos aqui embaixo do que desse púlpito falará, quando sobem ali apenas os "representantes" do povo? Como Dilma reagirá às afirmações do Aécio sobre o "escândalo da Petrobrás", fabricadas as provas sob medida da elite? Dilma falará à razão ou ao sentimento do eleitorado convocado ao voto? Ou se dirigirá à percepção das pessoas entrevistas como sujeitos de direitos e deveres na construção ou destruição do país, ao invés de mais uma vez – como é no mundo da “polititica” – entrever a massa populacional apenas como objeto de manipulação dos códigos do que chamamos de democracia representativa?

A educação “com” e “para” a Política - com a política de “P” maiúsculo - foi tentada, de um jeito ou de outro promovendo os direitos de cidadania em todos os setores da vida, elevando o povo sofrido a ter condições minimamente humanas de vida, sem que as elites perdessem quase nada dos ganhos que contabilizam há séculos, incluindo os financeiros. Decerto que perderam coisinhas, como a falta de “primeira classe” nos voos domésticos, mas nunca na história desse país os ricos foram tão ricos, assim como os pobres deixaram de ser tão miseráveis, vindo a ter acesso aos bens de consumo mais básicos que qualquer sociedade.

Nesse segundo turno não haverá tempo suficiente para Dilma e o PT serem “didáticos”, explicando ao povo o que foi o "mensalão do PT", o "mensalão dos Tucanos", o "desvio de bilhões da saúde em MG", o caso do "metrô de SP" etc. Nesse cenário de “Deus” e o povo eleitor “nos acuda”, o que os marketeiros aconselharão à Dilma, quando o “polvo” fala como se fosse o dono da verdade, e seus braços nos podres recantos do Poder Judiciário, por exemplo, cassa os direitos de resposta às mentiras de efeito?

Primeiramente, os marqueteiros deveriam desesperadamente orientar Dilma para jamais apontar o dedo, ou os dedos juntos em gesticulação exagerada, professoral! E, o que dizer quando as mentiras foram ditas 99 vezes para ganhar status de verdade nos telejornais? Qual verdade retumbante deverá ser dita por Dilma que terá peso contra mentiras ditas ao longo de anos, ou a verdades escondidas pelos interesses da elite? O que fará Aécio gaguejar desconcertado, como sua colega de PIG, a urubóloga, faz ao ter de falar sobre os avanços alcançados apenas pelo governo do PT com lula e Dima?

E, depois, o que Dilma falará, a quem falará, com quem falará? Além de todos os avanços sociais, econômicos, educacionais, culturais e os números que comprovam isso em mil tabelas fáceis de perceber as conquistas dos governos do PT em 12 anos, como rebaterá as afirmações da inflação descontrolada em zero vírgula alguma coisa por causa do preço da carne, tomate, chuchu ou da crise internacional? Dilma terá aquele calhamaço de papéis se contrapondo apenas ao olhar esbugalhado do Aécio, sem um "post it" sequer com algum dado, ou proposta de governo, exceto o de tirar o PT do poder?

Quero acreditar que Dilma esteja do lado daqueles que se opõem ao controle e manipulação de tudo, inclusive não se deixando manipular por marqueteiros que também têm muitas mãos e, os pés, sabe-se lá aonde.

Se Aécio ganhar essas eleições presidenciais choraremos, amargamente, os 12 anos em que não conseguimos construir canais de comum-única-ação entre corações e mentes dos outrora oprimidos para a re-criação de uma outra nação, de seres e suas gentes caminhando para a autonomia do pensamento e, a soberania comunicacional. Se Aécio ganhar, ganhou o Partido da Imprensa Golpista que tem nos escravizado por décadas e séculos.

As reflexões estão postas e, como militância, sugiro à Dilma que dê uma banana bem grande para os marketeiros mercenários, e consiga estabelecer o mínimo que seja de comun-única-ação para dialogar com o povo trabalhador que tem sonhos, para re-conquistar e fortalecer a confiança de que ela nos representará as aspirações para a construção de um Brasil melhor para todos num cenário internacional beirando o caótico.

Ainda creio que, depois dessa guerra dos últimos meses, Dilma ganhará essas eleições, porque só mesmo setores do povo em insana consciência - e os "polititicos" em infame conivência em peso - são quem votará em Aécio para presidir, como que para destruir o país.

Re-eleita, Dilma e o Partido dos Trabalhadores terão uma responsabilidade imensa, e uma dívida infinita para com aqueles que confiaram nela e no PT como Presidenta  para um outro país de justiça e bem viver para seu povo.

Que o povo seja re-presentado na pessoa de Dilma nos programas exibidos no horário eleitoral gratuito e debates na TV, e a ele sejam apresentados argumentos incisivos e decisivos para a escolha entre um projeto que defenda mais mudanças às atuais conquistas para todo o povo, ou outros mentirosos, do adversário que sempre manipulou tudo e a todos para se manter no controle das consciências, e no poder para barganhar com correligionários da elite o espólio das guerras que o polvo sempre soube conduzir e promover, com o mal humor, ódio e a má vontade que lhes é característica.

Que venham a democratização e a regulação dos meios de comunicação contra décadas e séculos de descaso pelos ideais populares!

Que os trabalhadores e as trabalhadoras ajam contra toda opressão e reajam contra toda manipulação para a criação de um outro mundo que queremos, com Paz, Amor, Justiça! Que cidadãos e cidadãs, mulheres e homens, mães, pais, idosos, jovens e crianças vençam o polvo e seus “polititicos”!

A Presidenta Dilma me representará! E, isso é bom Dilmais da conta!

Leo Nogueira Paqonawta