sábado, 19 de março de 2016

“Sim, eu uso o poder”, já dizia Roberto Marinho


“Sim, eu uso o poder”, já dizia Roberto Marinho

Trechos de “A história secreta a Rede Globo, de Daniel Herz.

"( ...) Nos anos da ditadura, os jornais do dr. Roberto chamavam Médici de democrata, negavam a tortura e expurgavam dom Paulo Arns e dom Helder Câmara. Nos tempos da Nova República, o chefão, pessoalmente, desce ao Departamento Pessoal com a demissão dos funcionários graduados que haviam aderido à greve geral do dia 12 de dezembro (de 1986) - ante a oposição meio constrangida de outros diretores"[1].

"Sim, eu uso o poder"[2], admitiu publicamente o presidente das Organizações Globo nos primeiros dias de 1987, ano em que ele – associado com o banqueiro Amador Aguiar, dono do maior banco privado nacional pretende passar a controlar telecomunicações via satélite no Brasil[3]. No cenário da Nova República, parece não haver, de parte do dono da Globo, mais limites para a sede de poder e o apetite por vantagens e favores. A existência da Globo parece seguir uma regra tão simples, quanto aterradora, coma observou a revista alemã Der Spiegel: "engolir, tudo o que é possível engolir"[4]. A origem deste desmesurado poder de Roberto Marinho, obtido através da sua Rede Globo, é o
objeto deste livro.

HERZ, Daniel. A História Secreta da Rede Globo. Porto Alegre: editora Tchê!, 1986. P. Página 27 no PDF,clicando aqui.

Leia também, “Uma história da Rede Globo: “Sim, eu sou o poder” e “um modelo de sedução”, no Blog do Manuel Dutra - Jornalismo Ciência Ambiente, clicando aqui.



[1] SENHOR. O atacado do Globo. São Paulo. N. 306. 27 jan. 1987. P.44-S.
[2] O ESTADO DE SÃO PAULO. "Globo" e o poder, nos EUA. São Paulo. Op.cit. 1987. P.9.
[3] SENHOR. O atacado do Senhor Globo. Op. cit. P.45. E CHACEL, Cristina. Jornal do Brasil. Engenheiro teme Embratel privatizada. Rio, l8jan. 1987. P. 31.
[4] DER SPIEGEL, op. cit. p 259.

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